28 de maio de 2008


Campanha "paradebate.blogspot.com" à favor da afirmação do Funk como cultura!

27 de maio de 2008

Não eduquem seus meninos!



Falta no mundo educação, mas teoricamente no Brasil acho que ela deve partir somente das mulheres. Homens educados, quer dizer, homens com um comportamento sob etiqueta e com boa fluência verbal, não é tão homem assim. Em nossa sociedade machista, homens são aqueles que gritam e esbanjam masculinidade com seu vocabulário distinto recheado de “caralhos e porras”.
Um convívio lotado de paradigmas nos torna presos numa cadeia de conceitos em que homem faz e age de tal maneira e mulher de outra tal. Pessoas são diferentes mas parecem seguir um série de regrinhas que perfilam de forma estereotipada se você nasceu com vulva e ganhou um quarto rosa, ou com pênnis e um quarto azul.
No Brasil se vangloria desde cedo a figura do malandro, do moleque de rua que solta pipa sem camisa, que grita ou que xinga fanaticamente assistindo a um jogo de futebol, daquele que não estuda e que não quer nada, que senta no final da sala e repete de ano. Feche os olhos e pense no menino brasileiro.. vai se deparar exatamente com essa figura quase que folclórica no seu imaginário, por que? Porque esse é de fato o garoto brasileiro, aquele jovem imaturo e irresponsável que aos 14 anos e tão esperto que já não é mais virgem (que vergonha se o for), quizá já é pai, nem se auto sustenta mas já tem sua prole viva consumindo do mesmo leite e dos mesmos brinquedos. Pode parecer uma crítica ou um preconceito, mas que meninos educados ainda que admirados são rotulados e mal vistos pela sociedade isso é evidente.
Meninos inteligentes são nerds e quando não o são, são gays. É um tal de generalizar que fico despreocupado com os termos por mim aqui utilizados. Meninos não riem, tem que ter a voz grave, alta, firme e uma postura séria, fria e calculista, os simpáticos também têm sua sexualidade duvidosa. Ainda que simpatia, alegria, comunicação e extroversão sejam traços de uma personalidade, a sociedade é tão dura que constrói projetos de meninos e meninas para serem seguidos, os que fugirem daquele formato pré-pronto ou se desajustarem desse protótipo de homem-macho, tem sua opção sexual dúbia ou é separado do todo, por ter um tom intelectual mais elevado. Homem de verdade não estuda, não lê.. homem de verdade é assinante da Playboy e não da Época, o que fica nas entrelinhas é que muitos dos inteligentes que lêem Machado de Assis também gozam de momentos de prazer admirando o corpo delicioso da Juliana que saiu do BBB nas páginas da Playboy e que outros tantos assinantes da Playboy também são assinantes da G Magazine.
O machismo é tanto que o homem vive numa eterna busca por confirmar sua sexualidade. E ai daquele que titubeie e tente provar o contrário. Ser chacota ou alvo de piadas por falar que determinado amigo é pintoso pode se tornar uma grande gafe, como se homens só admirassem a beleza de mulheres. Se isso fosse verdade não entrariam na academia se auto destruíam com doses exorbitantes de Decas, Estrol, Durateston e seus para ficarem com o corpo do Arnold Swazneger. Homem de verdade briga. Homem faz luta livre, assiste ao Premier Combat e o cacete. Esse homem é tão “homem” que não consegue largar outro homem, uns, cá entre nós tenho a certeza, que utiliza esse meio pra dar uns amassos no coleguinha sarado. Homem não faz amor, homem “mete”, não vai ao banheiro, homem “mija”, homem não se contém, homem “peida”, e ainda conseguem conquistar as mulheres, como? Eles mentem.
Não adianta esse país é o país da bunda é o país dos machões. Ser educado e respeitar o próximo é coisa de viado. ÔOOOO pensamento hipócrita! Meninas cuidado, se controlem, xinguem menos senão podem ser confundidas com PUTAS! Como se só elas utilizassem palavras desse calão para construírem seus discursos. Não eduquem seus meninos, eles precisam xingar, cuspir e arrotar, se possível na frente dos outros, para que dessa forma, a sociedade tenha a convicção que eles são homens de verdade ou para disfarçar que existe um Léo Áquila dentro deles.

9 de maio de 2008



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