Muito já li sobre amores perdidos, platônicos ou frustrados,
Não sei bem o que é amar, tal quanto sei o que é ser amado.
Amo de menos, me amam demais.
Que coisa estranha num mundo individualista,
cheio de mentes perspicazes e insatisfeitas
buscando o amor que não vem, masoquista.
Estranho comentar que irritado fico
por nem sempre saber retribuir o que sentem por mim.
Ahh o amor, o nosso amor é um, os dos outros parece maior,
mais perdido, mais infame, sem fim.
Já amei mais que fui amado, mas já fui amado mais que amei,
se na primeira me debulhei em lágrimas,
na segunda em lágrimas me afoguei.
É difícil não ser correspondido,
mas soa estranho não corresponder.
Me amam e não sei o quanto dói
naquele coração que reluta pra me esquecer.
Se um dia eu amei, hoje eu sou amado.
Se me frustrei sem querer, não amo,
mas deixo o outro magoado.
Chorei e hoje sou motivo de pranto, de lágrimas,
de melancolia e insatisfação.
E senão chego a tal ponto, sei que incomodo, não correspondo,
não me atiro nos braços daqueles que me amam em vão.
Muito embora não esteja certo,
não lhes tiro os olhos nem lhes nego a mão,
Não deixo de dar os abraços apertados de perto,
nem lhes dou um empurrão.
Não é sadismo. É uma carência tolhida e reprimida,
interiorizada nos cantos mais sinuosos das válvulas de meu coração.
E se já reclamei por não ser amado um dia,
hoje agradeço aos votos com nem tanta alegria,
aos que amam tristonhos e vos peço perdão.
Por André Luiz Barros
3 comentários:
Incrível sua versatilidade. Escreve sobre economia de um lado e ainda faz poesia do outro. Parabéns!
Eu gosto de escrever um pouquinho rsrs
ai ai, primeiramente, muito bem escrito como sempre, criativo como nunca. E digamos que esse poema serve pra bastante gente né, então é isso, não vou me alongar nesse assunto, rsrsrs. Parabens você continua um ótimo escritor.
Postar um comentário