23 de junho de 2010

Viva a solidariedade voluntária!


Primeiro é aquele som medonho que vem dos trilhos sem o trem ainda ter aparecido, a plataforma lotada se vê numa caçada pelo melhor lugar... uma voz grita do microfone o destino da composição que já vem lotada e na ansia de se encher ainda mais nun entra e sai frenético sem qualquer prazer habitual.

Dentro do trem é aquela coisa né, pessoas que não se conhecem umas apertadas sobre as outras, enfim tudo o que todo mundo já sabe, hoje vou me ater a escrever sobre os lugares reservados a idosos.

Há um quê de constrangedor em sentar ali, os bancos já são laranjas, tem uma plaquinha anunciando que eles sao pra deficientes físicos, idosos e gestantes.. mas dentro daquela espécie de cáos da hora do rush voce se depara com um banquinho laranja disponível, duvido muito, senão da uma apertada nos passos para roubar o acento dos seus 'novos companheiros de transporte público' que estão ao seu lado.

E por mais que ele estivesse vazio por alguns minutos, é exatamente quando voce senta nele que uma senhorinha, que voce sabe que vai saltar na GLória, uma ou duas estações depis de onde voce de fato, garantiu o seu lugar sentado, entra depois daquele apito "tannnnnnnnnnn" anunciando que as portas vao se fechar. Ela vem lentinha, lentinha, e não adianta voce que já está acomodado começa a ficar incomodado vendo a velhinha amistosa te olhando por cima dos óculos de grau.

Cá entre nós, raras sao as vezes, que sinceramente, nós abrimos mão satisfeitos e com espírito de dever cumprido e levantamos do acento para ceder a alguém que de fato precise mais que a gente.

E é no meio desse mal estar que viaja entre o egoísmo e a solidariedade que um abismo de vergonha se cria diante da gente. É só demorar um pouco pra decidir se vamos perder nosso premio brilhante e dar o troféu ao outro que já começam a nos dar tiros com os olhos, olhares ríspidos, de lhos negros, olhos azuis, olhos sempre brilhantes e julgadores. Voce ainda faz um joguinho, finge que não vê e é aí que uma máquina começa a falar com você, "Os bancos de cor larajna são reservados para gestantes, idosos e pessoas com crianças no colo, seja solidário, a metro rio agradece", a consciencia vai pesando, vai pesando... e pronto não dá mais levantamos meio inglórios e damos tchau à nosso acento de cor laranja. :(

Mas peraí.. por que a Metro Rio ao invés de nos fazer tomar essa atitude de solidariedade semi-forçada, não nos faz ecoar da máquina uma mensagem "Prezados clientes, as pessoas que estão de pé nesse carro, favor descer na próxima estação que uma nova composição está vindo para melhor distribuir os cidadãos com respeito e para dar prosseguimento a viagem com mais conforto e segurança' ? Han, han, respndam-me...

Sei que hoje eu fiz uma boa ação, cedi meu lugar a uma idosa de Copacabana, ela que teimosa pegou o metro da Siqueira Campos a Cardeal Arcoverde apenas pra ir ao Bradesco da Barata Ribeiro tirar um extrato. Enfim.. essas coisas acontecem.. e nós jovens precisamos lidar com isso, senão pela solidariedade voluntária, pelo bom humor da juventude carioca. kk

Um comentário:

Unknown disse...

hahaha adorei o texto!! O pior de tudo é que isso é uma verdade... Espero que algum dia seja criado um lugar especial na plaquinha de pessoas especiais para as pobres almas cansadas que enfrentam essas situacoes todos os dias... haha