5 de julho de 2010

'No dia 16 de maio, viajei'

Naquela noite fria de sábado julino,
Mal dois passos conseguia trocar,
Sem rumo aquele abatido menino,
Foi pro largo, pra chorar,

A lua cheia, alumiava o arraial,
Com fome, sozinho, apenas com uma halls de menta,
Fugia da nostalgia luxuriosa da folia do carnaval, e de toda aquela tormenta.

Distante, pensamento solto, tristeza e melancolia,
Já nem se via mais sorrisos, não havia consolo,
Praquele sistema sertanejo sem alegria,

A mendigaria sedenta por atenção,
Logo surpreendera o rapaz,
Que já desesperançoso, cheio de feridas no coração,
Já nem sabia o que fazer mais

Foi quando um cigarrete da verdinha eu fumei,
Oferecido pela tia que me chamava de filho do dono da coroa,
Duas latinhas de cerva vos paguei,
Que se satisfizeram às 2 da matina com um pedaço de broa.

Naquela viagem subliminar,
Naquela seca por sentimentos sombrios do caralho,
A trilha sonora era do agreste, 'Taxi lunar',
Com a voz rouca do velho do sertão, o grande Zé Ramalho.

Até na rua eu dormi,
Esperei o sol nascer,
Ou eu voltava pra casa e saia dali,
Ou ficava ali e esperava morrer.


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