23 de julho de 2009

Mais altos? Mais ricos?

(Foto: Armani)

Na verdade, não confio tanto nessas pesquisas infundadas que o Jô muitas vezes usa pra abrir o seu programa. Um estudo dedicado a relação entre sucesso profissional e altura do homem pouco convence minha cabeça, entretanto, como existe uma base científica e uma metodologia razoavelmente aceitavel resolvi postar a matéria da FOLHA ONLINE aqui no blog. Só LÁ LÁ Romarinhos de plantão, mas o resultado da matéria realmente envaideiceu os meus 1,83 metros de altura. (Matéria segue abaixo)

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HOMENS MAIS ALTOS RECEBEM MAIORES SALÁRIOS, diz estudo.

Um estudo feito por cientistas australianos indicou que homens mais altos levam vantagens quando o assunto é salário.

Uma pesquisa feita com 7.000 pessoas concluiu que 5 centímetros a mais de altura equivalem a um adicional no salário de cerca de 950 dólares australianos --quase R$ 1,5 mil-- por ano.

É quase igual ao aumento por um ano a mais de experiência, afirmaram os autores do estudo.

A pesquisa foi conduzida na Austrália, considerando a altura média de um homem de 1,77m.

"Nossas estimativas sugerem que se este homem tivesse 1,82 m ganharia cerca de 1,5% a mais", afirmaram os autores do estudo, os economistas Andrew Leigh, da Universidade Nacional Australiana, e Michael Kortt, da Universidade de Sydney.

"É quase igual ao ganho de salário por um ano a mais de experiência."

Para os cientistas, a explicação para este fato pode estar ligada ao "respeito" que pessoas mais altas despertam em outros indivíduos, ou na confiança advinda de uma vantagem inicial em atividades sociais e esportivas durante a infância e adolescência.

A pesquisa australiana reforça conclusões semelhantes sobre a relação entre altura e salário em pesquisas feitas em outros mercados de trabalho, como os Estados Unidos, o Reino Unido e o Brasil.

Mas à diferença do que se observa em outros países --Alemanha e EUA, por exemplo--, os pesquisadores não observaram relação entre salário e o índice de massa corporal, o indicador que mede se um indivíduo está dentro, acima ou abaixo do peso, ou se é obeso.

"Não detectamos punição salarial por estar acima do peso ou obeso no mercado de trabalho australiano."

Leigh e Kortt disseram que esta discrepância pode ser explicada pela falta de homogeneidade nas estatísticas ou por uma diferença de atitudes em relação à obesidade nos diferentes mercados de trabalhos.

A pesquisa também avaliou a relação entre a altura e salário entre mulheres, mas o efeito, ainda que existente, foi considerado demasiado pequeno.

Segundo Leigh e Kortt, um adicional de 1,5% no salário das mulheres só é verificado entre aquelas com cerca de 10 centímetros a mais de altura.



FONTE: BBC Brasil


21 de julho de 2009

"paradebate.blogspot.com" faz seu apelo por um mundo feito de pessoas mais sensatas e racionais.

15 de julho de 2009


"paradebate.blogspot.com" pede um BASTA na violência urbana das grandes metrópoles do Brasil e nas pequenas cidadezinhas do campo também!!!!

13 de julho de 2009

Arte, beleza e história, da Rússia para o Rio de Janeiro

Por André Luiz Barros, O ESTADO RJ (13/07/2009)

Desde o final de junho o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro abriu as portas para a maior exposição de obras russas que já veio ao Brasil. As 123 obras de arte ficaram hospedadas até dia 23 de agosto na cidade, entre telas, esculturas e instalações, resi- dentes oficialmente no Museu Estadual de São Petersburgo. A mostra reúne importantes artistas modernistas da vanguarda russa, entre eles, Rodtchenko, Malievitch, Kandinsky, Tatlin, Chagall e o pouco conhecido no Brasil, mas não menos talentoso, Pavel Filónov.

Quem se dispor a visitar a exposição pode esperar um impacto do belo sobre os sentidos, num show de cores, arte e história. A vanguarda russa, representada pelo suprematismo e o construtivismo, trouxeram a mágica dos pincéis e da arquitetura feita pelas mãos de grandes nomes da arte mundial e marcaram época depois do movimento conhecido como outubro vermelho da Revolução Russa.

É interessante notar como a cultura popular é representada nas telas. O abstracionismo de Nadiejda Udaltsova em “Restaurante” é uma completa viajem subliminar, através de traços firmes e de cores fortes, mostrando a confusão do surgimento dos ainda recém-nascidos campos de interação social da cidade, ainda em construção.

As pinceladas de Vassili Kandínski encantam qualquer espectador. Através de uma visão apurada do mundo, sua obra é marcada por um choque colorido e geométrico. Do outro lado, artistas como Natalia Gontcharova ou Mikhail Lariónov, assinaram famosas telas que rabiscam a óleo cenas do cotidiano rural da Rússia.

De todos os artistas, dois merecem especial destaque, Kazimir Maliévitch e suas dezenove obras, que explicitam bem o interesse de ruptura vanguardista e a busca por uma utopia pela construção de um novo mundo, e o pouco conhecido no ocidente, Pavel Filónov. Três telas de Maliévitch inauguram o suprematismo na pintura: a cruz, o quadrado e o círculo preto sobre fundo branco despertam-nos a curiosidade pela interpretação. Se por um lado, Maliévitch, já representa mundialmente o suprematismo russo, de outro, Pavel Filónov, é autor de obras incríveis, mas ainda pouco conhecidas e valorizadas no ocidente. As pinturas “Duas meninas”, por exemplo, mostra o talento de Filónov, que causa um frenesi especial nos visitantes da exposição através do ar cubo-futurista de suas telas, algumas parecem terem sido cobertas de camurça, tamanha sensação de tato visual nos apreciadores.

A exposição está distribuída em várias salas do CCBB e expõe ainda Mark Chagall e Aleksandr Rodtchenko, diferentes expressões da vanguarda russa, que evidenciam a heterogeneidade do movimento. O suprematismo e o construtivismo fizeram parte de um movimento cultural ocorrido entre 1890 e 1930 que repercutiu numa grande mudança na história da arte. As obras são história viva da Rússia.



12 de julho de 2009

O presente perfeito para o dia dos pais de 2009

Todo mês de julho é a mesma coisa, uma pergunta paira na cabeça de todos: o que dar de presente para meu pai no segundo domingo de agosto? Se por um lado a crise mundial ainda traz insegurança aos bolsos dos brasileiros, ainda que a economia de nosso país esteja num circuito rippie de “paz, amor e harmonia”, nem todo mundo está com grana pra gastar. Os mais abastados por sua vez, que segundo o Ipea trabalham três meses a menos que uma gama de mortais que recebem até dois salários mínimos, na pressão dos juros dos cartões de crédito, também reservaram uma quantidade humilde com as despesas do presente, e agora? O que nos resta fazer?

Fugir da velha e sem graça lembrancinha, e dar um presente legal sem pesar no orçamento, aproveitando a boa onda inflacionária parece ser um missão difícil, mas não impossível, a questão é ter boas ideias e originalidade.

A prorrogação da isenção de IPI, Imposto sobre produto industrializado, divulgado no começo de julho por Mantega, nos dá uma gama de sugestões. A linha branca de eletrodomésticos continua em alta, bem como os automóveis que bateram recordes históricos de vendas no Brasil no último mês, mas televisão, geladeira, carros e motos, são muito caros, e exigem um planejamento prévio no gadget mensal. As besteirinhas nunca têm muita receptividade, dar meias e cuecas soa falsidade e falta de amor, afinal pai é pai.

Parei, refleti um pouco e como mudar nesse ano? Já dei até aqueles objetos pra casa, que é o tipo de presente que damos para a avó chata daquele nosso amigo pentelho, como saca-rolhas, cortador de pizza e perfume Natura. A crise mundial está aí, resolvi então dar uma de esperto, ser original sem perder a pose.

O mundo está endividado, até os EUA, os grandes consumidores da Terra ouviram de Obama que terão que se acostumar com o aperto. O dólar está se desvalorizando frente ao real, e valendo em torno dos um e noventeipouco, entre altas e baixas, fica estacionado na dezena dos 90. O consumo mundial se aquecendo aos poucos, e os empregos cada dia mais a Deus dará, vide últimos anúncios de demissão de multinacionais na Europa. A queda da produção industrial mundial, herdeira da falta de poder aquisitivo, produz em escala consumidores fracos no mercado, um elemento se destaca e entra na faixa de valor ideal que posso gastar pro presente do papai: o Petróleo.

Após alta até o ano passado, a crise mundial já afetou o valor dos barris de Petróleo, causadores de tanta ganância e guerra no oriente médio e Afeganistão. A desaceleração da economia mundial repercutiu na queda do valor esse elemento não renovável e de grande expressão econômica na Terra. Apesar de algumas decepções aqui no Brasil, que é “auto-sustentável” não sei aonde, já que agora não é só o whisky que está dividido entre bom e ruim, o petróleo, pasmem, também é classificado dessa forma, e para nossa surpresa, o problema é que o nosso petróleo, da monopolista Petrobrás, não é bom, daí, a necessidade de importação do material de fora. As últimas notícias nem são tão animadoras, depois de tanto estudo e boatos sobre como extrair petróleo da camada pré-sal do Campo de Tupi, o resultado foi um pouco desestimulante e brochante, a multinacional que ficou por conta de tentar extraí-lo de milhares de metros de profundidade, não achou nada, nem gás sequer.

Isso só me mostra que ter petróleo em mãos, dá poder, dá status. O petróleo causa guerras internacionais, causa especulação enquanto comodditie, está como investimentos em forma de ação no mercado financeiro, vai acabar por ser um fonte de energia não-renovável na natureza, é uma grande fonte de renda para municípios brasileiros em forma de royalties, e com a crise mundial só recuperará sua demanda em 2011 segundo a própria OPEP, ou seja, o preço está em conta, e o material é valorizado em todo o mundo.

Pode ser uma viagem pela atual economia mundial, mas eu já tenho o meu presente pro dia dos pais, vou dar a ele um singelo barril de petróleo, que está sendo vendido hoje, a quase 100 dólares a menos que o ano passado, por apenas 60 dólares, ou com o dólar do jeito que tá, por apenas R$ 120,00. Só tenho que aproveitar o momento enquanto o Banco Central do Mr. Meirelles não inventa de leiloar a verdinha americana, mas tadinhos dos exportadores, sejamos solidários né.

Aproveitando o encejo, FELIZ DIA DOS PAIS SR. ANTÔNIO JOSÉ (meu pai)!!

8 de julho de 2009

Transformers 2, os Gremlins do século XXI

Apesar de não ter visto o filme anterior que explica toda a saga dos Transformers na Ter- ra, e embora tenha tido certa dificuldade de pegar o enredo da trama e demorar pelo menos uns 25 minutos iniciais do filme para entender de fato o que eram aqueles seres robóticos, uma coisa foi certa, o lado cômico do filme não saiu de cena durante todas as duas horas e vinte de cinema. A ajudinha de um amigo foi realmente trivial, através de um review do Transformers 1, para que eu entendesse que aquelas máquinas mortíferas e falantes eram alienígenas de outra galáxia e que se dividiam em duas facções, os Autobots (os bonzinhos) e os Decepticons (os rebeldes sem causa).

O rostinho angelical e sacaninha com aqueles belos pares de olhos azuis, coxas espetaculares e seios que saltitam durante todo o filme, pousadas sobre uma moto logo no início da história arrancou manifestações eróticas do público masculino que assistia ao Transformers 2, e por pouco não apagou a atuação do amigo de cena, Shia LeBeouf, o protagonista. A sessão que começou as 10h20 da noite estava lotada, em plena terça-feira, terceiro dia da semana, de férias, ok, mas isso me surpreendeu.

Não demorou muito para que os primeiros personagens de ferro aparecessem na telona, o clima de ação pegou de surpresa os espectadores logo no início do filme. O espetáculo de efeitos especiais, bem clássicos nos filmes de Spielberg, sem dúvidas chamaram a atenção do público. Aliás toda aquela montagem digital de bonecos medonhos de ferro e aço somada a trilha sonora do filme, com fundos a la “ERA” trouxe um ar realmente de ação e ficção impressionante. O enredo e a história em si, por sua vez, não me surpreenderam muito, o roteiro baseado em máquinas falantes que querem dominar o planeta Terra, já está um pouco desgastado.

Lá pelo meio do filme, por pouco pensei ter me enganado de sala, e ter entrado em outra produção Spielbergiana, “A volta dos Gremlins do século XXI”, afinal seres meio alienígenas divididos em duas facções, a dos comportados adaptados ao convívio humano e os mais violentos e selvagens, que lutavam entre si e botavam em risco o planeta Terra caso o tomassem conta por completo, já havia sido visto antes na década de 80. Mas tudo bem, logo dei conta de que aquela ideia louca não passava de um mal-entendido, quando fui pego por uma cena um tanto quanto longa de bolinhas de metal que formavam pouco a pouco um robô-monstro prateado enorme, linda, linda a montagem.

O filme me fez viajar em dois momentos únicos, primeiro me trouxe o fetiche incrível de poder dirigir uma daquelas máquinas possantes sem mexer no volante, apenas sob comando de voz, com uma loira (literalmente uma máquina loira) ao lado, e no segundo momento, sob risadas e comentários irônicos dos meus colegas espectadores nas cadeiras ao lado, tive a sensação por diversas vezes, daquilo que mais odeio em cinema, a sensação de que algo não soava verdadeiro: voos alem do normal, objetos enormes que não caem e não quebram, ventanias que tiram caminhões do lugar, mas não levantam pessoas do chão, me decepcionaram um pouco, mas isso, é sabido desde o momento que compramos o ingresso e conhecemos a sinopse, pelo menos por mim, talvez por isso não seja fã número um desse estilo de trama.

A perfeição das máquinas e suas vozes macabras me levaram de volta aos vídeo-games, de onde saiu a ideia do filme. Não gosto muito de jogos de vídeo-game ou histórias em quadrinhos que saem de suas mídias convencionais e invadem as telas de cinema, mas, não sei bem se pelo apelo público, em sua maioria conseguem recordes nas bilhererias, vide que os Gremlins do século XXI, oops, os Transformers 1, conseguiu lucrar US$300 milhões nos EUA e quase $700 milhões mundialmente.

O filme terminou, pasmem, como teatro, com uma salva de palmas um tanto quanto excêntrica. Eu ainda prefiro um bom drama ou filme de terror, mas relevem, eu assistia “Os caça fantasmas” (desenho animado) e torcia para os fantasmas quando mais novo. (Tive que terminar o texto scom uma foto descontraída da musa da Cybertron)







Agradecimento especial ao amigo Vinicius que me acompanhou na exibição do filme.

6 de julho de 2009


Alerta "paradebate.blogspot.com" sobre os riscos à saúde provenientes da automedicação sem consulta médica.

Os enfins não justificam os meios

Se Maquiavel tivesse vivo hoje talvez ele concordasse comigo. Há algum tempo tenho reparado que meu discurso resolveu adotar uma palavra um tanto quanto neutra e passiva, o ENFIM. De uns tempos pra cá, o que era apenas um vício de linguagem se tornou numa espécie de fadiga oral, quando acho que não vale a pena exteriorizar algo, ou quando viajo demais na maionese, como se costumar dizer por ai, eu trato logo de impor um final inconcluído no desenrolar da conversa.

Os estudiosos da contemporaneidade tomam essa novo pedaço de tempo exatamente como aquele em que se extinguiu as grandes narrativas, aquele pós o fim da história, aquele em que se erradicaram as utopias. Nosso amiguinho “Enfim” acho que tem sido uma grande prova da contemporaneidade, e tão logo tive esse insight, resolvi escrevê-lo. O “Em suma” ficou ultrapassado, o tempo corrido dos dias de hoje, não nos dá brecha para maiores explicações, o “Enfim” reduz pensamentos enormes e pelo menos por mim é usado demasiadamente em situações em que ocorre a desistência por parte do locutor de emitir uma mensagem não compreendida por incapacidade, ignorância ou pela extrema passividade, da parte to receptor.

Em tempos de abreviações e abreviaturas, o “Enfim” parece ter sido a chave da população que luta por meias palavras, meias verdades, meias qualquer coisas sem buscar nada. Uma coisa é certa, não se há esperança num mundo melhor ou em grandes mudanças através das frases de “enfim”. Ao contrário do significado óbvio de que essa palavra possa ter, o de não acrescentar mais nada ao texto, eu ainda acho que ela pode ser cruel ou indiferente, eliminando a possibilidade de uma série de interpretações da continuação de um discurso e concedendo o direito do livre-pensamento ao ouvinte ou leitor.

A famosa frase atribuída ao velho Maquiavel, “Os fins justificam os meios”, faz parte de uma sacada brilhante do renascentista. Ainda que alguns a tomem como uma farsa, algo forjado e atribuído ao autor, ainda sim vejo pertinência no seu sentido. Definitivamente hoje, acho que os enfins não justificam os meios, e aliás esse é o propósito dos “enfins”, dar direito ao receptor de concluir o pensamento da maneira que melhor lhe convier. A utopia, o desejo de convencer alguém de algo, definitivamente foram extirpados da mente daqueles que insistem em utilizar esse vocábulo em seus discursos. Se isso é pobreza de espírito, falta de coesão do pensamento ou pura preguiça de persuadir a cabeça do outro eu não sei, só sei que às vezes o “Enfim” me cai muito bem.

4 de julho de 2009

E a famosa feijoada da Tia Surica na Portela...

Quem freqüenta já chega no clima, os novatos, trocam uns passinhos cautelosos en- tre a cambada sambista da nação portelense. Aos poucos já não se sabe mais quem é do ninho da águia e quem apenas voa de pas- sagem pela quadra da escola. A farra começa cedo, no começo da tarde, os primeiros foliões fora de época vão chegando e se amontoando na Avenida Clara Nunes, iluminada por Clara e guiada pelos orixás do candomblé que semeiam a paz e o axé no esquenta forte do caldo preto da feijoada da Portela.

Os pratos são caprichados, o valor do almoço não tão salgado quando a comida, arretada feito pelas baianas da escola, sob comando de dona Surica, que segue experiente e mansinha, doce e sorridente os passos de dona Vicentina, a inventora da famosa feijoada da Portela na zona norte.

A velha guarda leva animada a tarde da galera, que não para um minuto sequer, exceto depois de uns copinhos a mais da branquinha safada para tirar a água do joelho. O clima de paz e família toca os corações agitados e sedentos pelo samba de raiz no subúrbio do Rio.

E lá se vai mais uma tarde de sábado no quintal da tia Surica, as 16h, o feijão engrossado já saciou a fome da rapaziada, que entre um gole e outro de cerveja, samba no sapatinho ou mais amalandrado, o samba quente entoado pelos bambas da azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira.

A quadra fica cheia, e ao entardecer, as mesas e cadeiras que suportaram famintas os alguidares e pratos de feijão dos festejos, agora descansam enfileiradas na pilastra, abrindo espaço para a moçada contente sapatear nos quadrados de cimento do chão que ferve no esquenta dos pandeiros. Os cabelos bem presos, trançados, mas bem armados, das mulatas cor de bom-bom saculejam com o repique quente do tam tam. As bundas bem fartas e semi escondidas em pequenos pedaços de pano, vulgarmente chamados de vestidos de malha fria, não escondem nada, além dos olhares irrequietos e pontiagudos discretíssimos de uns e outros marmanjos que não se aguentam ao sangue da brasileira passista. Os malandros, antes negões da Lapa, hoje já se travestem mais discretamente e agremiaram uma legião de fãs da branquitude carioca, que sob um chapéu panamá do Mercadão de Madureira ou uma boina daquelas luso-espertalhonas dão um ar refinado à roda de samba do Zeca, como foi batizada anos atrás a festinha de sábado. A rua fica lotada, os mais atrasadinhos, contam com a sorte e a boa vontade dos vizinhos da escola de samba para conseguir uma vaguinha para estacionar o carro.

No altar do batucada, um bom grupo de samba de raiz relembrando os enredos da escola, e mais acima, como guias, duas imagens tímidas, mas poderosas criam um ar de santidade do local: uma santinha acatada dividindo seus olhares entre os sambinhas mais comportados e as esvoassantes manobras das saias mais ousadinhas e do outro lado, o padroeiro da cidade do Rio, Oxossi para espíritas, São Sebastião para católicos. O poder, a fé e a paixão no mesmo lugar, na quadra da águia raçuda da Portela, que presente no abre-alas de todos os desfiles pelo Sambódra- mo, tem conseguido chegar ao topo da montanha das 10 mais e a cada ano alçando voos mais altos, esperando a sorte e a justiça para a conquista do primeiro lugar da mais impecável a passar pela Marques de Sapucaí. Enquanto o título não vem, os sábados animados sem dúvidas conquistam o primeiro lugar da alegria e da animação carioca, sob samba, curriola, cuícas e o gingado arrepiante do povo brasileiro. Até as oito horas da noite, pelo menos, o bicho pega e a galera firme e forte só arreda o pé da festa depois do último batuque anunciar o final da comilança.



1 de julho de 2009

INFORME

Devido a importância dado pelo "paradebate.blogspot.com" à questão da obrigatoriedade do diploma universitário em Jornalismo, para exercício da profissão, e frente a linha editorial do blog, que não propõe debate específico nesse sentido, proponho visitas ao blog coirmão www.jornalistasdiplomados.blgospot.com que tem feito um excelente trabalho na divulgação de notícias pertinentes ao assunto. Eu como jornalista, e responsável pelo "paradebate.blogspot.com" continuo na luta junto a meus colegas de profissão pela obrigatoriedade do diploma, mas fora desse blog, entretanto aos interessados, não deixem de acompanhar as últimas notícias no jornalistasdiplomados.blogspot.com. O link do blog está no espaço, "PARADEBATE indica", no canto direito da página.

André Luiz Barros
responsável pelo blog