Thriller
Black or White
Beat it
Ben
Billie Jean
I´ll be there
Earth Song
They don´t care about us
Bad
The way you make me feel
Ghost
You rock my world
Cry
´til you get enough
A esposição "Moedas na Areia", disposta no Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro me fez refletir sobre o dinheiro enquanto matéria. Bom.. fui a exposição e saí de lá com a seguinte percepção meio avariada...
Desde que homem é homem, as relações de troca se mantiveram como trivial fonte de satisfação de prazeres e contenção de momentos de euforia do íntimo do "eu".
No Brasil, o escambo foi a mais peculiar e unfair desses sistemas de troca. Quatrocentos e cinquenta anos mais tarde, o pós-guerra instaurou o dólar como moeda, abolindo o padrão ouro. O metal que tinha valor em si mesmo ganhou dois genéricos de quinta categoria, as cédulas de papel e as moedas de níquel.
Na verdade ambas não sem qualquer valor, além de suas próprias representações impressas em seu corpo. Hoje o ouro vale "x" dólares, que valem "y" reais no sistema de câmbio flutuante adotado pelo Brasil na década de 90. É interessante notar como o valor na sua essência vem se desvalorizando e as relações de troca se amesquinhando sob notas de papel com desenhos que movimentam o mundo e seu capitlaismo selvagem.
Na esposição, o fotógrafo Cesar Barreto mostra 30 imagens de moedas coletadas na Praia Vermelha, na Urca. A mostra chama a atenção pelos efeitos visuais causados pelo desgaste natural dos objetos. Moedas corroídas, lixo explícito e bastante exposto há décadas sob o tempo, a maresia, o sol, o sal e o vento, escondidas na areia, guardadas no destino da praia Vermelha.
O dinheiro por si só, em matéria, não vale nada, o que vale é apenas, e somente isso, sua representação simbólica. Representação essa, que intacta, nas mãos do homem conseguem articular a cobiça e matar a fome, que acirram guerras mundiais e calam a paz. E daí eu me questiono: essas relações de troca são racionais? E afinal o valor de suas moedas estão nelas ou em você?
Cerca de 100 pessoas, entre jornalistas, estudantes de comunicação, professores e sindicalistas realizaram, pela manhã dessa segunda-feira (22), um ato público contra a decisão do STF que desregulamenta a categoria, acabando com a obrigatoriedade do diploma universitário para exercício do jornalismo. A concentração foi na Associação Brasileira de Imprensa, que junto com os sindicatos de jornalismo, estão engajados na luta pela sensibilização da sociedade e da classe política.
O diretor do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Alberto Jacob Filho, informou que a preocupação da categoria é que pessoas com má intenção acabem conseguindo o registro. Segundo ele, desde a decisão do STF mais de 30 pessoas por dia têm procurado o sindicato para obter a carteira. Porém, o registro só é concedido para quem comprove o real exercício da profissão.
Um dos manifestantes estava vestido de cheff de cozinha, numa crítica a comparação feita pelo juiz Gilmar Mendes, que comparou a categoria a cozinheiros. Atos semelhantes foram realizados, no mesmo horário, nas cidades de São Paulo, Brasília, Teresina e Caxias do Sul.
Na Câmara dos Vereadores
Vestidos de preto em sinal de luto pela decisão e com apitos e cornetas, os protestantes foram recepcionados com o mau humor dos seguranças da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia. Enquanto subiam as escadarias da sede do legislativo no Rio de Janeiro, a guarda fechou as portas do prédio. Mesmo assim os manifestantes fizeram seu protesto, reunindo novos seguidores que abraçavam a causa pelo caminho até o Palácio Tiradentes, na ALERJ, Assembléia Legislativa do Rio, onde terminou o ato. A passeata foi acompanhada pelo 13º BPM e policiais militares da delegacia do Centro.
- Esse é apenas o primeiro de muitos protestos. Essa é uma decisão extraordinária, é a primeira profissão desregulamentada no país, amanhã poderá haver outras. – dizia no auto-falante um dos dirigentes do protesto.
O próximo ato está marcado para amanhã, terça-feira (23), as 16h30 na sede da Fundação Getúlio Vargas, Praia de Botafogo, onde o excelentíssimo juiz presidente do Supremo Tribunal Federal vai dar uma palestra.
O legislativo, formado por um corpo de pessoas que nós cidadãos cariocas elegemos por voto direto, estariam dando às costas e fechando os olhos para nossa causa? Meus caros deputados, deputadas e vereadores não tentem fugir ou se abster do protesto. Acreditem, nós, JORNALISTAS COM DIPLOMA, continuaremos averiguando TUDO o que é feito com o dinheiro público do brasileiro, esse é um compromisso de nosso ofício com a sociedade. O exercício do jornalismo por não-portadores de diploma fere a ética profissional e quem mais perde é a sociedade.
Sabem como é dia dos namorados né? É um momento de reflexão espiritual. Os que estão acompanhados se questi- nam se esta realmente é a melhor mulher ou o homem de suas vidas.. quem está solteiro, se deprime e chora lágrimas de crocodilo.
Entre sorrisos e o pranto, o dia 12 de junho é o segundo dia de maior reflexão do ano, só perde pro Natal. E em movimentação econômica, está em terceiro colocado. Presentinhos, presentinhos.. beijinhos e carícias.. não adianta entre a fidelidade e a falsidade reina o império do amor plástico, do amor construído, do amor inventado.
E entre relacionamentos mortos e feridos, o motel salva todos. Dia 12 é dia de motel, não conheço nenhum casal maior de idade, auto sustentável, vacinado e adulto que não dê uma passadinha lá.
Aquelas cortinas lindas, cama redonda, espelhos, espelhos, espelhos.., um painel quase aeroespacial na cabeceira da cama com botões de rádio, TV, ar condicionado.. daqui a pouco vai ter botões de datashow, ipod.. nossa! (Cá entre nós, eu e aqueles botões nunca nos entendemos), mudo a rádio e o ar condicionado aumenta, diminuo o ar e liga a TV, desligo a TV e sintonizo na Rádio Catedral sem querer.
E na ansiedade pelo sexo, pelo instinto animal do bicho homem, uma coisa se perde: o real sentido do amor, do relacionamento a dois... A metelança está em alta.. mas não há nada pior do que depois de uma noite de fetiches e fantasias realizados, você ouvir do seu parceiro, depois de horas de silencio e ação: Foi bom pra você?
Não tem escapatória, quinta-feira a galera vai dar uma passadinha num desses estabelecimentos de aluguel de recintos para prática solícita do sexo casual, ou seja, uma rapidinha no motel. Meus amigos, escolham bem suas vestimentas, para não haver qualquer tipo de constrangimento, é bastante chato chegar naquele quarto frio que estiga o sexo, olhar as quatro paredes “bem decoradas”, dar uma folheada no cardápio de artigos eróticos, descartá-lo, tirar a roupa ao som de Lenny Kravitz e se deparar com aquela bela cueca furada que a vizinha pobre deu no aniversário do ano passado ou ainda com aquela calcinha bege bordada pela biza, né meninas. Vamos ousar, já que o amor saiu de moda, pratiquem sexo, pode ser aquele sexo animal, mas pelo menos com o mínimo de vaidade.
Rapazes não pensem que sua namorada vai querer fazer sexo anal só porque é dia dos namorados; meninas acreditem em mim, eles não vão te levar pra lá pra te pedirem em casamento.
Aaaaaaaaa e USEM CAMISINHA!! Não quero ser padrinho de filhos de amigos que ainda não tenham uma renda média per capita mensal menor que oito salários mínimos.
ALGUMAS DICAS INTERESSANTES:
Zona Oeste: Motel Top Kap
O Motel Top Kap está localizado na Av. Brasil, zona oeste do Rio de Janeiro. Possui suítes muito confortá- veis e ótimos serviços. Destaque para a cozinha 24h. Tem ponto de taxi em frente.
Zona Norte: Motel Carícia
Descontos incríveis de até 50% de domingo à quinta-feira.
Promoção Bons de Cama – para locações acima de 5 horas. (Energiaa pessoal.. energia)
Rua Clara Nunes, 250 – Madureira
http://www.cariciahotel.com.br/
Zona Norte: Gallant Hotel
O Gallant Hotel honra-se em dispor ambientes aconchegantes e modernos para se desfrutar momentos inesquecíveis de prazer e bem-estar. Os serviços contam com uma equipe de fucionários treinada e qualificada.
(Esse texto eu tirei na íntegra do site, é quase uma empresa de construção civil de Manhattan, como se treina camareiras de motel? Em francês? Existe intercambio para porteiros de motel?)
Rua Joaquim Palhares, 411 - Praça da Bandeira
Noite da Pizza – você alugar o quarto por três horas e ganha uma pizza gratuitamente, mas atenção!! essa promoção é valida apenas para os sabores de mussarela, calabresa e marguerita.
(Pergunte a menina se ela tem alergia a queijo antes, senão fudeu.. aaa mas foda por foda...)
As suítes tem nomes de pedras preciosas e a mais barata custa 45,00.
Avenida Tupiniquins – Baixada Fluminense
Zona Norte e Centro: Motel Flash
Os preços variam entre
(Pra você que quer brincar de Tubarão e sereia é uma ótima oportunidade).
O site do motel oferece o sistema de e-flyers para você se programar antes e ganhar des- contos incríveis na hora H. Você ainda pode se cadastrar no site e concorrer a prêmios (que tipo de prêmios, uma noite de sexo tântrico com a amante, camisinhas large size gratuitas, ou um forninho microondas da Ricardo Eletro??) e receber informativos exclusivos via torpedo (incrível isso hein moçada). No site você também encontra um Box, onde você pode convidar via e-mail seu parceiro.Os preços variam de 49,00 à 199,00.
http://www.championmotel.com.br/
As páginas de cultura dos jornais de hoje estão cada vez mais restritas a mera divulgação de releases de produtores artísticos e prensadas sob a barbárie do jornalismo diário, acabam reféns do factual. Considerável montante das reportagens e artigos voltados à cultura exclui parcela da população. Tão quanto na realidade, o jornalismo cultural está às avessas, dando suporte ao apertheid cultural do Brasil, pois segrega e deixa de fora de seus cadernos a cultura de massa, que prove a rotina dos guetos de nosso país.
No Brasil, a falta de especialização dos profissionais que trabalham com cultura, somada a rede informacional que apenas cria “leads” sem muita dimensão acerca de, filmes, peças e livros, mostra a ausência de alguns estudos voltados ao campo. Tomados como suporte de leitura, os jornais são usados como meios de busca de pesquisa e ultimamente como fonte de dicas de cultura e entretenimento.
Atualmente, tanto os jornais impresso quanto os virtuais lançaram mão da crítica literária, e pressionados pelo mercado capitalista, abdicam da identidade cultural e criam um convênio perigoso com suas fontes de informação.
Essa questão mostra-nos a importância de se discutir uma sociologia da arte, voltada a entender a recepção, a mediação, a produção e as próprias obras juntamente ao campo social ao qual estamos imersos.
No primeiro momento um breve histórico do início dos suplementos literários na década de 50 é exposto. Em seguida, inicia-se uma reflexão sobre o jornalismo cultural como um todo, problematizando a pressão sofrida pelas páginas de cultura frente a indústria cultural e a conseqüente exclusão da cultura de massa desses cadernos. Por fim, segue uma síntese analítica sobre a sociologia da arte e como os estudos específicos do tema podem qualificar os profissionais do setor, através do maior conhecimento sobre a mediação e a recepção da arte, do ponto de vista dos produtores, receptores e mediadores. Um debate sobre o modelo norte-americano de produção da notícia e a necessidade crítica dos jornalistas culturais também é lançado no decorrer do texto.
O gênesis dos suplementos literários:
A produção intelectual da década de 50 foi profundamente marcada pelo debate de idéias políticas. Com o pós-guerra e o funcionamento do regime democrático, houve uma maior liberdade de expressão, o que repercutiu num crescimento da criatividade e da análise psicológica. Os suplementos literários eram usados principalmente por intelectuais para divulgarem suas idéias e conceitos, que usavam esse meio por se ter um fluxo comunicacional bastante significativo. A década de 50 foi o auge dos suplementos, em contrapartida, um tempo de grande transição para a imprensa.
Os suplementos literários eram escritos por intelectuais da época que acabaram formaram redes de sociabilidade. Em determinado momento os jornais tiveram inclusive a participação de colaboradores do meio cultural, que escreviam análises críticas sobre a cultura com objetivo de divulgar a arte. Esses colaboradores eram tidos como intelectuais criativos e apesar de não serem remunerados, ganhavam reconhecimento social, afinal nessa década, ser escritor tinha grande valor e significação. Tamanha era a importância dada à cultura na época, que os jornais que não tinham suplementos literários, tinham espaços abertos dedicados ao tema.
Nessa década, no entanto, surgiu a figura do copidesque e a adoção de um jornalismo norte-americano, voltado à informação e a imparcialidade. Com o surgimento dos profissionais da imprensa, os colaboradores acabaram perdendo espaço. Saindo do mundo universitário com reconhecimento social da profissão e treinado aos dogmas da pirâmide invertida e do lead, os suplementos ganharam uma nova cara e uma nova dimensão.
Os suplementos não foram criados como espaços de conflitos, na verdade foram acolhedores de diversas linguagens das ciências humanas que não tinham aceitação nas universidades. O movimento de profissionalização dos jornalistas acabou priorizando a notícia em detrimento à opinião e os suplementos deixaram de ser espaços de críticas para espaço de lançamento de bens culturais, assim denominadas por Adorno. Os intelectuais e artistas perderam lugar para jornalistas especialistas que começaram então a produzir matérias e resenhas sobre a cultura.
Para Ledo Ivo, estudioso da história da imprensa, a crítica literária desapareceu dos jornais e o que existe atualmente é a literatura de resenhas, feita por jornalistas.
Refletindo o jornalismo cultural:
O atual jornalismo cultural praticado no mundo é bastante criticado, principalmente por quem conheceu o surgimento dos suplementos literários. Se de um lado está a necessidade da arte de buscar espaços de veiculação, do outro está o espaço propriamente dito regido por regras forazes de edições e de imparcialidade.
O jornalismo dedicado a cultura atualmente, sem generalizações, nada mais faz que comprar o que a indústria cultural vende. A cultura popular é explicitamente deixada de fora, bem como qualquer forma de arte adjeta dessa indústria dos bens culturais.
Criado para atender de maneira mais profunda a uma demanda segmentada, o jornalismo cultural cobre a arte e em seu novo viés, o entretenimento. O gosto, tão discutido por Nathalie Heinich, Pierre Bourdieu e outros estudiosos do âmbito cultural, na verdade foi deixado de lado, desertado das páginas “culturais” dos jornais.
O espaço utilizado como produção intelectual artística, se perde nas entrelinhas da arte burguesa, dita por letrada, e deixa à margem a cultura de massa e a própria cultura popular, que acaba sendo tratada pela mídia nos cadernos de polícia, vide o caso dos bailes funk e festivais de música eletrônica por exemplo.
A ausência de conhecimentos voltados à formação dos gostos é refletida dessa maneira, de forma clara e direta. Pierre Bourdieu diz que o habitus é constituído de um tipo material de esquema que está ligado a um sistema de distribuição desigual, baseados em três conceitos: hábito, campo e reprodução. No texto, “Gostos de classes e estilos de vida”, O sociólogo traça um panorama sobre o discurso dos gostos, providos segundo ele, principalmente por duas instituições, a família e a escola. Essa questão, no entanto, pouco é levada
O jornalista e pesquisador argentino Jorge Riviera define o jornalismo cultural como
[...] uma zona muito complexa e heterogênea de meios, gêneros e produtos que abordam com propósitos criativos, críticos, reprodutivos ou divulgatórios os terrenos das ‘belas arte’, as ‘belas letras’, as correntes do pensamento, as ciências sociais e humanas, a chamada cultura popular e muitos outros aspectos que têm a ver com a produção, circulação e consumo de bens simbólicos, sem importar sua origem ou destinação (RIVERA, 2003, p. 19).
O estudioso conceitua o jornalismo cultural e mostra que a temática desse segmento de jornalismo vai muito além da cobertura das chamadas sete artes.
O melhor jornalismo cultural é aquele que reflete lealmente as problemáticas globais de uma época, satisfaz demandas sociais concretas e interpreta dinamicamente a criatividade potencial do homem na sociedade (RIVEIRA, 2003, p. 11).
Atualmente, um debate nacional está engajando a sociedade civil em especial aos profissionais da imprensa: a obrigatoriedade do diploma universitário para exercício da profissão de jornalista. Na década de 50, os intelectuais podiam expressar suas opiniões com propriedade e liberdade para escrita, como então conseguir ser crítico de arte e seguir as regras de imparcialidade do jornalismo?
Para falar de arte, faz-se necessário conhecê-la. A sociologia da arte surge então como uma forma de estudar e entender como as representações, mediações e recepções da arte se colocam na sociedade e ainda serve como uma ferramenta que pode desbravar um olhar mais amplo sobre o cotidiano da cidade e suas formas de expressões artísticas, englobando a cultura letrada e a cultura popular, já que ambas se comunicam e representam uma estratificação social.
Os estudos da sociologia podem promover uma abertura da consciência humana para a criação de debates e dissertação de análises temáticas mais firmes e com conteúdo. A mera divulgação de filmes em cartaz nos cinemas, de lançamentos de best sellers não garante ao leitor nada além do que a oferta de novos produtos que podem ser comprados e alcançados através do capitalismo.
Em grande parte dos veículos de comunicação o que se vê é exatamente essa feira de produtos culturais, sem análise, sem uma explicação sobre a interação social entre a obra e o público, ou a obra e o autor. O que há é notícia. Boa parte dos cadernos culturais cria até um ranking de livros mais vendidos ou filmes mais assistidos, induzindo seu leitor não pela qualidade, mas pela vendagem ou tiragem de determinado bem cultural.
Eis que surge o grande desafio:
A socióloga Nathalie Heinich propôs no livro A Sociologia da Arte, um debate sobre a relação social entre arte e sociedade. Ela divide a história desses estudos em três gerações. A estética sociológica, que não tem empiria e de cunho filosófico; historia social da arte, contexto que evoluiu o binômio autor/obra e que tem um formato mais empírico e sociologia de pesquisa, que pensa a arte como sociedade, deixando de lado a visãcomo sociedade, deixando de lado a vis arteu o binomio o da arte como obra divina e adotando a idéia de arte como interação social.
Através da sociologia da arte conseguimos entender e avaliar o impacto da arte na sociedade e a interação entre os receptores e a obra, bem como os produtores e os mediadores, abrangendo todas as estratificações sociais além dos olhares sobre a arte e as técnicas envolvidas em sua confecção.
Heinich detém a idéia de uma sociologia pragmática que se preocupa com o momento, analisando-o, pensa os objetos sociais como máquinas e os seres humanos como atores sociais e não mais como sublimes. A autora defende a incorporação dos discursos que acompanham as obras pelos críticos, analistas, historiadores e pelo próprio público.
Pensar a arte como forma de interação social e o artista e o público como atores sociais pode promover aos jornalistas, tão quanto aos sociólogos, uma nova forma de reflexão, consagrando um novo olhar sobre a cultura como um todo. Especializando-se em arte e discorrendo nos cadernos de cultura com mais propriedade analítica, sem perder o inefável fado de seguir as regras impostas pelo jornalismo diário. “Voltando-se para uma direção mais antropológica e pragmática, estendida a compreensão das representações e não mais somente à explicação dos objetos ou dos fatos” (HEINICH, 2001, p.156).
Em suma:
O jornalismo cultural pede hoje, no limiar de qualquer ação, uma resenha conceitual sobre si mesmo, uma reformulação consciente. A cobertura jornalística na área de cultura precisa ser vista alem da dinâmica factual e direta, precisa ser questionada e limpa do espetáculo e dos delírios das assessorias de imprensas, com seus releases em formato de matérias pré-feitas a serem coladas e dispostas nos veículos de comunicação quase que na íntegra.
Através dos estudos aplicados da cultura, da sociologia e da própria comunicação social pode haver a promoção de uma nova linha de raciocínio, que construa um novo comportamento midiático frente à arte e ao próprio entretenimento, fugindo das pressões capitalistas dos produtores e seus patrocinadores, mantendo a ética profissional e as regras quase que impossivelmente burláveis e quebradas do modelo norte-americano.
A sociologia da arte pode trazer uma ruptura ao jornalismo cultural, deixando de lado as falhas praticadas atualmente, qualificando seus profissionais e abdicando da doutrina da noticiabilidade, extremamente segregadora, manipuladora e injusta.